Não há espaço para o desempenho medíocre e não existe segredo para o trabalho duro. Com a meritocracia como motor de propulsão e o “dividir para conquistar” como estratégia de crescimento, 3 grandes empresários brasileiros nos deixam um exemplo a ser seguido não apenas de como comprar empresas ou multiplicar o patrimônio, mas acima de tudo, como ter por perto pessoas que realmente fazem a diferença.
Eles se conhecem há décadas e estão na lista dos 10 mais ricos do Brasil e acredito que não estão na lista dos mais ricos do mundo porque decidiram compartilhar o que tinham com aqueles que mais se destacam em suas empresas. Qualquer um dentro do infindável grupo de empresas de Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira poderia crescer, inclusive se tornar sócio, mas isso não era algo fácil. Mas antes de dizer como essas pessoas cresciam, quero compartilhar como essas pessoas eram escolhidas.
Tudo isso começa com a criação de um time forte. Encontrar os melhores profissionais, apostar em sua garra e dar chances para o crescimento dos mais dedicados, esse era o segredo, em resumo: pobre, inteligente e um forte desejo de enriquecer.
Após o time criado, foi definido um método de crescimento baseado na meritocracia, inspirado no Goldman Saches, GE e Wallmart que valorizavam o desempenho individual remunerando de 4 à 5 vezes o salário. Zona de conforto era carta totalmente fora do baralho, e se as metas não fossem atingidas, os salários extra diminuíam. Os 3 cavaleiros (Jorge, Marcel e Beto) sabiam que sem equipe, ninguém consegue construir uma empresa realmente grande, eles tinham a certeza de que recrutar certo é a chave e por causa do método de contratação (demorar pra contratar e demitir rápido) e do método de crescimento da empresa (plano de carreira) estarem bem definidos, ficou menos arriscado trazer pessoas que não combinassem com a cultura das empresas.
O que é a regra 20-70-10?
Os salários nas empresas do grupo eram baixos, mas os bônus eram muito agressivos. Todos começam de baixo, inclusive os sócios. Isso possibilitou aos melhores funcionários serem sócios do negócio. Pra que isso tivesse uma maior longevidade e funcionasse de maneira justa para todos, anualmente a empresa premiava os 20% melhores funcionários, mantia em seus quadros os 70% dos funcionários medianos e demitia os 10% com menor performance. E assim eles conseguiam manter todo o time na mesmo página. Idade e posição hierárquica não importa, o que define o crescimento é o desempenho.
A importância de não reinventar a roda
O próprio modelo 20-70-10 foi copiado de Jack Welch e funcionou perfeitamente para a empresa. Tudo que eles encontravam e era aplicável ao negócio, era adotado em todas as empresas. Tendo sempre em mente que uma empresa deve ser capaz de crescer e se adaptar sempre, continuavam a comprar novas empresas e aplicar a mesma cultura em todas elas.
Em resumo, como disse no começo, não existe vitória sem grandes sacrifícios. Ousadia, bom humor e trabalho duro. Não adianta tentar “pegar um atalho” ou “deixar o seu piloto automático tomar conta”. É preciso ter um plano, lidar com os imprevistos de maneira muito resiliente e ter a ousadia pra arriscar sempre.
Texto de Israel Oliveira, com créditos à Cristiane Correa.